quarta-feira, 21 de março de 2012

FALANDO DE NARANDIBA COM QUEM CONHECE

A busca por informações a respeito do bairro de Narandiba fez com que eu realizasse entrevista com uma moradora do bairro. O objetivo dessa entrevista foi identificar aspectos pertinentes no relato da entrevistada sobre o bairro, suas vivências passadas e atuais, bem como, coletar informações sobre o processo de formação da comunidade e das pessoas que residem no local.
Desde já ratifico a minha gratidão pela colaboração da entrevistada.



A entrevista foi realizada no dia 29/02/2012, com a Senhora Flora, negra, com mais de 60 anos, mãe, avó e bisavó. Dona de uma voz suave e envolvente e de um sorriso meigo e cativante. A entrevistada me recebeu em sua casa e se sentiu muito feliz em participar dessa atividade, os relatos foram expostos por ela de forma natural e expressou veracidade e orgulho de tudo o que já viveu em toda a sua vida.
Iniciou a entrevista falando sobre como era o bairro de Narandiba antigamente, relembrou que no local só existia roça e que antes disso haviam as fazendas dos coronéis de acordo com os relatos do seu sogro. Ela afira que o seu sogro foi um dos primeiros moradores do local que na época não tinha luz nem água. 
Ao ser questionada sobre o período em que veio para esse bairro, a Sra. Flora não lembrou apenas disse que faz muitos anos. Relatou que quando veio a Narandiba pela primeira vez foi para visitar seu sogro que era dono de  uma boa parte das roças do local. Afirma que além do seu sogro chamado Porceano (falecido) havia um senhor chamado Jorge que possuía uma fazenda extensa que estava localizada onde está implantado hoje o Hospital Geral Roberto Santos.
Segundo ela "Narandiba era tudo roça. Tinha pés de laranja. Muita laranja mesmo. Tinha também, pé de manga, banana. Sem falar nas plantações de tempero que tinha por aqui".
Ao fazer esse relato a Sra. Flora expressa muita saudade daquele período. Afirma que o seu sogro era dono de um grande pedaço de terra e que com o passar dos anos as pessoas foram chegando e invadindo o espaço. Relata que ela veio morar em Narandiba depois quando o local já estava habitado por muitas pessoas. Comprou a sua casa em um local conhecido como "Canal" e há alguns anos foi indenizada e comprou outra casa na Rua Santa Helena.
No decorrer da entrevista comenta que havia um rio que passava próximo ao local onde hoje está localizada a praça de Narandiba, nesse local havia um rio no qual os moradores iam antigamente para tomar banho e lavar roupas.
No decorrer da entrevista ela diz que uma das coisas que mais a deixa triste ultimamente é ver que a violência está presente em todo o tempo e em todo os lugares. Relatou alguns momentos em que presenciou a violência no bairro e se diz muito preocupada com os jovens que residem no local. 
Ao final da entrevista questionei sobre como ela acredita que estará o bairro de Narandiba daqui a 20, 30 ou 50 anos. Com um olhar fixo nos meus a Sra. Flora afirmou que "Só Deus sabe minha filha. Mas acredito que só cabe a nós fazer do nosso bairro o melhor"

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